Vivemos, hoje, a “Era da Farmacêutica”, onde remédios avançados prometem curar “doenças” atuais como depressão, pânico, hiperatividade e déficit de atenção, entre outras.
No Google encontramos a descrição dos sintomas, o diagnóstico e a bula dos remédios...
Que alívio! Doença diagnosticada e medicada, podemos relaxar!
Mas... o que há por trás de tudo isso? O que alimenta essa idéia de que tudo é doença e para todas as doenças há um remédio?
O alívio que sentimos, vem da falsa certeza de que não somos responsáveis pelo nosso sofrimento, de que os remédios cientificamente irão curar nossas dores, sem que precisemos rever nossas atitudes, sentimentos, convicções, sem que precisemos mudar, perdoar, colocar limites, destruir muros, construir pontes...
Por idéias como essas, é mais fácil medicar a criança com comportamento hiperativo do que reconhecer que ela precisa de limites, aprender a obedecer regras, ter mais atenção, mais cuidados, mais espaço em nossas vidas e mais amor.
É mais fácil tomar antidepressivos do que olhar para dentro de nós mesmos e perceber o quanto nos distanciamos da nossa essência.
Os avanços da medicina e os novos medicamentos são bênçãos, que aumentam a expectativa de vida, aliviam dores, curam. O que não podemos fazer é fecharmos os olhos para nossas responsabilidades, pois somos sujeitos de nossas próprias vidas, portanto, estamos onde nós mesmos nos colocamos.
Eliana Soma
Psicanalista e Psicopedagoga
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