Desde seu nascimento, a criança inicia seu processo de aprendizagem, observando e experimentando tudo ao seu redor. Busca com o olhar de onde vem a voz de sua mãe, sacia sua fome procurando e sugando o seio materno, leva os objetos à boca num ato de reconhecimento, engatinha buscando explorar o ambiente.
A curiosidade e a aprendizagem, então, caminham juntas na vida da criança, e tudo deveria fluir para o sucesso na aquisição do conhecimento.
Deparamo-nos, entretanto, com crianças em idade escolar, que apresentam dificuldade de aprendizagem, mostrando, por exemplo, apatia, depressão, desinteresse, agressividade, etc.
Neste ponto, cabe o questionamento: se a aprendizagem da criança é um processo que se inicia antes da aprendizagem escolar, por que é nessa fase que algumas crianças apresentam problemas de aprendizagem?
A aquisição do conhecimento envolve as condições maturacionais, orgânicas, estruturais, motoras, emocionais e afetivas. Na aprendizagem, todas essas funções devem estar em harmonia para que a criança possa se apossar, assimilar e construir o conhecimento dentro de si.
Quando algo incomoda a criança, como por exemplo, traumas do passado, perda de ente querido, doença na família, separação dos pais, entre outros motivos, a integração entre maturação, afetividade e construção do conhecimento se desestrutura dificultando o processo de aprendizagem.
Diante desse quadro, o caminho a ser seguido pela Psicopedagoga, é tratar a criança em parceria com a família e a escola, a fim de devolver-lhe o desejo de aprender, dando-lhe instrumentos para que seja cada vez mais autônoma e confiante, tornando-se, novamente, sujeito do seu conhecimento.
Eliana Soma
Psicanalista e Psicopedagoga
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